Saludo!

Buenas viventes! Venho mostrar, com humildade, meu ofício de guasqueiro através dos meus trabalhos. Espero que seja do agrado de todos. Forte abraço, e que o Patrão Maior nos abençoe nessa jornada!

domingo, 14 de outubro de 2012

Cabeçada Criolla com Bombas...

Mas que tal, indiada, buenas a todos!
Aqui vai mais uma do BAÚ.
Cabeçada criolla com bombas de tentos.
O trabalho vem compor a postagem anterior, o par de rédeas criollas.
Feito nos mesmos moldes, com retovos em lonca de potro e couro dobrado sovado a quatro caras, tudo lonqueado a fogo.


 O modelo tem regulagem na nuca, feito com uma fivela de aço inox, deixando a peça mais limpa sobre a cabeça do animal.


 As bombas são do tipo "bomba zurda", tecido em esterilla.


As bordas das presilhas tem costuras de reforço e os botões também são encapados com "bomba zurda".


O preparo ficou leve, fino e resistente, sem exageros pra não esconder a cabeça do pingo!
No mais, um grande abraço a todos, e gracias por acompanharem meu trabalho!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Rédeas Criollas com Bombas...

Um buenas gauchada!
Mais um trabalho que estava na gaveta, para ser publicado.
Um par de rédeas "criollas" de couro cru, sovado a quatro caras. Couro duplo ponteado com lonca de potro. O couro e a lonca foram lonqueados a fogo.


Os acabamentos são em "bomba zurda", com tentos de potro de 0,8mm. Nas pontas, botões encapados também com "bombas zurdas"!
A duas canas são peças de couro inteiras, sem emendas e sem argolas.


As presilhas receberam costuras nos costados, volteando as pontas como reforço,  evitando que se abram e aumentando a resistência.


Buenaças pra lida... ou, que tal, pra algum desfile, compondo um preparo bagual de cabeça.
Gracias a todos que acompanham meus trabalhos. Logo saem mais postagens da gaveta.
Grande abraço a todos!

sábado, 29 de setembro de 2012

Preparo campeiro...no mais...

Então buenas e buenas!
O preparo é sem luxo, mas de grande serventia!
Hoje, com a moda dos preparos "de luxo", é difícil aparecer alguma encomenda pra cordas de lida, bem trabalhadas.
Esse aí veio pra me tirar a balda, hehe.
Travessão de couro de touro, ponteado com lonca de potro, sem bordados.
Cabeçadas duplas e ponteadas, como as rédeas.
A maneia, também de couro de touro e uma argola reforçada, pra lida mesmo.
 Buçal forte de couro dobrado e ponteado.

Mas um pingo encilhado com essas cordas fica ajeitado, no campo ou mesmo em algum desfile, hehe.
Abraço de volta e meia a todos!

Cabeçadas e rédeas pra lida...

Buenas gauchada!
Saindo do forno dois preparos de cabeça, daqueles pra usar na lida diária.
Feitos de couro cru, lonqueado verde e sovado a quatro caras, no capricho!
Este primeiro com regulagem da cabeçada no lado esquerdo, com dobra sobre a argola.

O segundo um modelo muito usado pelos "hermanos argentinos", com regulagem da cabeçada na nuca, feita por um tento forte de lonca de potro, da parte mais grossa (anca), sem argolas.


As peças são duplas e ponteadas com lonca de potro, com acabamentos simples e fortes, pra aguentar o tirão. As argolas são de inox, do feitio do seu "Zé do Freio", ferreiro tradicional aqui de Lages, coisa de primeira mesmo!
No mais, segue a lida.
Grande abraço a todos.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Buçal pro serviço

Buçal Criollo de Serviço

Tá aí um buçal bueno pra lida. Feito com couro sovado a quatro caras, de correias duplas na pescoceira, biqueira e cabresto. Uma argola une os ramais da frenteira e cedeira é feita apenas de uma guasca de couro enrolada.
Os acabamentos são simples, com tentos de lonca de potro, tudo funcional.


Botões de maneia feitos das próprias correias. Costuras de fechamento triplas.
As argolas são de inox, primeira linha.


A peça é pra aguentar o serviço do dia a dia, pra qualquer bagual ou redomão.
E segue o baile!
Abraço a todos!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Conjunto de alpaca para venda

Vendido
Buenas gauchada!
O amigo e guasqueiro (de mão cheia) Rodrigo Kramer me apresentou um conjunto bagual de bombas e florão de alpaca, que está pra brique!
O galo aceita galinha de cria, casa incendiando, burro de arrasto, campeão de freio de ouro, hehehe...
Mas, de verdade, o preço tá especial, pela qualidade das peças!
As medidas são as seguintes:
Florão 9 cm de diâmetro, e as bombas medindo 18mm X 27mm, aproximadamente.




Quem tiver interesse pode entrar em contato comigo pelo maocriolla@gmail.com , ou direto com o proprietário pelo rodrigokramerrodrigues@hotmail.com , que passamos o valor e formas de acerto!
No mais, um grande abraço a todos, e que o Patrão Maior nos guie nessa tropeada!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Lonqueamento a fogo...

Buenas! Recebo muitos e-mails de guasqueiros pedindo por técnicas de trabalho.
Nesta postagem, apresento uma forma diferenciada de lonquear o couro.
O processo pode ser executado em couro verde ou seco. No caso do couro seco, corta-se as guascas e deixa-se de molho durante cerca de duas horas, para melhor resultado. Ao tirar do molho, é preciso estender o couro até o momento em que os pelos estejam secos, para começar a lida.
Aqui foi utilizado um couro de touro da raça Hereford, recém tirado.
Para a execução desta técnica é necessário um maçarico e uma trincha (pincel grande), ou uma escova de cerdas médias, para não riscar o couro.
 O couro deve ser bem lavado e descarnado previamente. Para que não demore muito e para uma queima perfeita, o pelo deve estar seco.
Sabendo que a parte mais quente da chama é a ponta, deve-se ter o cuidado para que as passadas (de um lado a outro ou em círculos) sejam rápidas, para não queimar a flor do couro.


Quando passada a chama sobre o pelo, este ficará carbonizado. É aí que entra a trincha para tirar o excesso de carvão (pó) que fica sobre o couro.



A ação repete-se tantas vezes quanto necessário, até que o pelo seja queimado por inteiro.
Como todo trabalho com uso de ferramentas, é necessário extremo cuidado ao operar o maçarico, e o ideal é proceder a lonqueada ao ar livre, não esquecendo o uso de máscara para evitar e inalação da fuligem.


A cor do couro acompanha as manchas do pelo. Onde o couro é escuro fica escuro (vermelho ou preto), onde é branco, fica mais claro.
O cuidado para não queimar a flor do couro é imprescindível para uma boa qualidade final da pele.


Depois de lonquear lava-se o couro para tirar a poeira e prepará-lo para estaquear!
O resultado é espetacular! O couro fica parelho e sem os famosos "pegões" na flor, inevitáveis no lonqueamento a faca. Uma boa dica é passar azeite de mocotó na flor antes de estaquear, com a ajuda de um pincel, para evitar que a flor do couro se rache ao secar.
Está aí, indiada, espero que ajude muito em suas lidas.
Forte abraço a todos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Técnicas sogueras: Corredor de Forrar Botão

Buenas a todos!
Seguindo nas técnicas e atendendo a pedidos, apresento um corredor simples, mas de grande serventia em todo tipo de trabalho de cordas, bainhas, cintos... conhecido como "corredor de forrar botão", uma adaptação que fiz do livro "Mão Gaúcha", com algumas correções que julguei necessárias.
O passo a passo é simples, vendo-o pelo esquema gráfico, por isso dispensei a receita escrita.
No esquema estão a forma simples e com aumento de armação, que pode ser feito quantas vezes julgar-se necessário para a cobertura perfeita da área onde será aplicado.
O tento vermelho indica a ponta que está sendo passada ou "guia". Note-se a separação do tento onde termina a última passada e começa a nova.
Sabendo de cabeça estes passos fica fácil de seguir os tecidos que postarei adiante para este modelo de corredor.
Espero que seja útil para os amigos guasqueiros que iniciam na arte!
Forte abraço a todos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma bainha pra uma xerenga baguala!

Um buenas a todos!
Sobrando um tempito, apresento mais um trabalho que estava arquivado.
O conjunto de lâmina, cabo e bainha foi encomendado pelo amigo Braian, criador de cavalos crioulos, lá em Orleans.
O galo esteve por aqui olhando meus trabalhos e gostou desta lâmina "Trento", pela robustez e bom acabamento, e me encomendou um cabo de prata e uma bainha guapa, pra fazer uma parelha.
Depois de encabada a lâmina me fui pras lidas da bainha.
O couro que escolhi é lonqueado a fogo e a sova aplicada foi de graneado, processo todo feito a mão.
Os retovos do botão e espera foram feitos em costura 8x2, com lonca de cabrito.

No botão foi fiz um trabalho de rombos como acabamento, a pedido do vivente, que queria uma peça  diferenciada. Nas bordas dos rombos apliquei uma costura "trenza de pelo", que deu um aspecto final muito bom!



A trança da presilha é uma pátria de 8 tentos, com botões de maneia também de 8 tentos apresilhados no botão.
No fechamento da bainha a costura é a "crista de galo", com duas passadas.


Sendo uma bainha exclusiva e com muitos acabamentos diferenciados, resolvi inventar umas modas.
Apliquei na ponteira um acabamento de borda semelhante à costura de fechamento, porém com 8 passadas e um desenho triangular em rombos, o que me deu uma certa dor de cabeça, mas valeu a pena depois de pronto.


Finalizando os acabamentos na ponteira ainda saiu um botão  em flor, pra arrematar a trança da presilha.


Bueno, aí está mais uma peça pronta, e o galo ficou mais faceiro que guri de bombacha nova, hehe.
Espero que tenham apreciado esta peça.
Forte abraço a todos!

sábado, 9 de junho de 2012

Cinto forrado com costura de borda...

Buenas tardes a todos!
Seguindo nos trabalhos, mostro um cinto encomendado pelo amigo Jean Bondavali.
O xirú me pediu um cinto de tonalidade clara, costurado com lonca branca, que fosse costurado de borda (bem fininha, como disse) com algum bordado ao centro.

Preparei um couro baio lonqueado a faca, sovado à mão e os tentos de 0,8mm foram aplicados em costura 8x2, de borda com espaçamento de 1mm na furação.


Nos bordados usei a tradicional "trenza de pelo", com flores nas extremidade e ao meio.


O forro aplicado é de couro em lâmina fina, e deu um toque especial de aparência e conforto à peça.
Finalizado o serviço, é só esperar a junta ficar pronta para fixá-la ao cinto e fazer a furação certa.
Espero que todos apreciem o trabalho!
Forte abraço.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bainha de Patrão para uma "Três Listras"...

Buenas e buenas, gauchada!
Meu colega de graduação em Medicina Veterinária, Ronaldo Vieira Junior, resolveu encomendar uma bainha de patrão pra uma xerenga guapa que adquiriu lá no rodeio da Vacaria.
Disse-me o taura que queria uma peça pra "se lavar", hehe.
Então, fomos olhar os modelos e acertarmos os acabamentos pra sua bainha.
Me apresentou uma faca de 40cm de lâmina, feita de um facão "três listras", com cabo de prata.
Ao chegar em casa já comecei a pensar nas formas e retovos e em como ficaria o trabalho pronto.


Escolhi um couro de boa espessura, pois a faca sendo buena de fio e de peso considerável, precisaria ficar bem abrigada da cintura, já que o vivente a usa para laçar (e dizem que é bom de corda, hehe).
O couro foi preparado com uma técnica diferente. O lonqueamento foi feito a fogo, evitando o esfolamento da flor e a sova feita à mão, um processo muito trabalhoso, mas com excelente resultado. Chama-se essa forma de sova de "graneado", pois o couro fica com aspecto quadriculado por ser dobrado em todos os sentidos.


Os retovos foram feitos em lonca clara de cabrito, em costuras de borda que variam de 6x2 a 9x2. No botão foram bordadas as iniciais do galo, em letras estilizadas.


A presilha é de tentos embutidos, feita com o mesmo couro da bainha, e o botão é o tradicional de maneia. Na ponteira (detalhe da foto), o acabamento escolhido foi um misto de botão de 6 tentos com revestimento de um só tento, semelhante ao tecido de bombas, e um corredor de uma volta com aumento de armação tecido pluma.
Mais um trabalho finalizado, volto à lida, que tem força de coisas pra terminar, hehe.
Forte abraço a todos!

Guaiaca Cinto (?) com algibeiras de sacar...

Buenas gauchada!
Certa feita, entrou em contato comigo um galo missioneiro, lá de São Borja (terra do grande Telmo de Lima Freitas, e da amiga Ione Freitas), indagando sobre meus trabalhos. Me disse ter uma ideia sobre um cinto, meio guaiaca...
Começamos a prosear e fomos arreglando as charlas e as ideias, até chegarmos a um modelo aproximado do que ele pensava.

Daí saiu esta peça: 
Um cinto de 5cm de largura com duas guaiacas de "sacar". Pois é, demorei um tempo para entender bem o que ele tinha em mente, mas, enfim, compreendi e saiu a peça!


Escolhi um couro forte, que foi lonqueado verde, sovado a macete e mordaça e forrado com lâmina fina couro curtido, o que deixou a peça muito confortável de ser usada.
Os retovos foram feitos com lonca branca de cabrito.


As algibeiras foram feitas à parte e receberam botões de pressão para que possam ser retiradas ao vestir o cinto nos passadores das bombachas. Assim, depois de estar o cinto na cintura, coloca-se as algibeiras .


Os botões escolhidos são os de maneia, de quatro tentos, com as presilhas em sovéu mui fino.


 A fivela em prata e ouro (louca de baguala) foi enviada pelo próprio Álvaro, que mandou fazer na HM FIVELAS, lá de Santo Ângelo - RS. Os galos da HM FIVELAS são plateros de mão cheia tchê, podes conferir mais em www.hmfivelas.com.br
Bueno, me deu uma certa dor de cabeça fazer essa algibeiras tão pequenas, mas gostei de ver o resultado.
Tá aí, Álvaro, espero que tenha ficado do teu agrado!
E vamos à lida. 
Forte abraço a todos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A sova do couro!

Um buenas a todos!
Comemorando um ano do blog MÃO CRIOLLA, e os mais de 25 mil acessos, uma postagem de presente aos amigos guasqueiros e trançadores que estão iniciando.
Muitos são os pedidos sobre técnicas, sendo um dos principais sobre a preparação e sova do couro.

E segue a explicação:

O primeiro passo é escolher um couro adequado ao tipo de trabalho pretendido. Para bainhas o couro não deve ser muito grosso, pois dificulta as dobras e pode se rachar a flor facilmente ao tentar dobrá-lo.
Para cordas chatas depende do tipo escolhido. Sendo cordas duplas o couro pode ser de média espessura, pois será dobrado. Já para cordas simples deve ser mais encorpado, pra a aguentar o tirão.
Lembro sempre, que a sova é o processo de quebrar as fibras de forma mecânica para amaciar o couro, ao passo que a curtição química faz o trabalho por meio reações químicas.
Quanto mais sovado o couro, mais macio, mas também temos que ter em mente que diminui a resistência do couro, quanto mais ele é sovado (até certo ponto), mas nada que tire suas principais propriedades.
Bueno, de posse do couro, tiramos uma guasca riscando com uma boa régua e ...faca nele!!! Para que amacie bem, passa-se azeite de mocotó ou graxa animal (fina) na flor do couro, afim de que penetre nas fibras e ajude no amaciamento, além de hidratá-las.


O próximo passo é enrolar a guasca em forma de espiral com o carnal para fora e sobre uma base firme (um cepo ou coisa do tipo) bater com o macete vindo sempre da ponta para o meio. Para facilitar a pegada do rolo, ate-o com um tento na ponta oposta a que será maceteada.
Após a primeira maceteada, vira-se o canudo, passando a ponta pronta por dentro do mesmo (conforme ilustração) e fazendo esta sair no outro lado, formando a espiral inversa. Muda-se o tento de ponta e segue-se os mesmos passos. Ao término dessa fase, abre-se a guasca, que será enrolada pela ponta que estava por fora, invertendo o couro (sempre com o carnal para fora) e seguindo o mesmo processo anterior.
Depois de maceteado, o couro aberto será preso por uma das pontas para ser "mordaçado". O processo é simples e quanto mais vezes for feito mais macio fica o couro. Para essa fase pode-se passar mais uma mão de azeite. Com a mordaça forçando sempre o carnal para fora, puxa-se de forma que ela corra sobre o couro, da extremidade presa até a oposta.
 A cada 10 ou 15 passadas, passa-se a mordaça forçando no sentido contrário (com a flor pra fora) apenas para que o couro se emparelhe. Não deve-se sovar com a flor para fora, por esta se quebra facilmente, estragando a parte externa do couro.
O processo de mordaçar também deve ser feito nas duas pontas da guasca de couro.

 Após, segue-se a finalização estendendo-se a guasca de couro sobre uma base firme e sovando-a com a mão em movimentos de vai-e-vem, como se estivesse abrindo uma massa.
 Os movimentos devem ser firmes para que a sova fique parelha.
 Para bainhas pode-se sovar em todos os sentidos, para melhor resultado.
 Ao final, o couro está macio e encorpado, podendo ser utilizado em uma vasta gama de trabalhos!
Espero ter contribuído com todos os iniciantes na arte da sogueria. Agradeço a todos que acompanham o blog, prestigiando e divulgando meu trabalho. Não deixem de acompanhar as atualizações!
Forte abraço guasqueiro!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Guaiaca de algibeiras ponteadas (2)!

Um buenas a todos!
Há algum tempo entrou em contato comigo um galo, pedindo que fizesse uma guaiaca com algibeiras ponteadas, a exemplo de uma que tenho postada no blog. Pediu que fizesse do tipo, pois dançava em invernada e gostaria de apresentá-la no rodeio da Vacaria! Proseando com o xirú descobri que ele tinha um pé lá na minha terra natal (Bom Jesus, RS), quando me disse que sua mãe é natural de lá! Lambendo uma séca (como diz o amigo Joacir), ficou tudo arreglado e me boleei pro trabalho
Bueno, fui ao projeto, depois de pegar as medidas e começo a sair o modelo. O couro lonqueado foi bem sovado, de macete e mordaça.
As costuras de borda foram as clássicas 8x2, com tento de lonca de cabrito, como em todos os retovos, feitos pela mão apurada da minha patroa, que tá sempre me fazendo um costado.
Modificados os detalhes para ficar um trabalho exclusivo, dentro do modelo pedido, os botões foras feitos com 4 tentos, tipo maneia e as presilhas das algibeiras com tentos embutidos.
As costuras das algibeiras variaram entre 7x2 e 8x2, e os acabamentos da fivela e cinta em escalera.
E tá aí o bicho! Entreguei em cima do laço, no dia que o galo iria se apresentar, e ficou exata a medida! Essa deu pano pra manga, como se diz.
E a lida segue, que "não podemo se entregá pros home, mas de jeito nenhum"!
Forte abraço a todos.


Faço aqui um adendo:
Depois do rodeio, tive a satisfação de receber a notícia de que o CTG PAMPA DO RIO GRANDE, do qual participa o amigo Gerri Ramos (o dono da guaiaca), foi o campeão na categoria invernada adulta. A guaiaca deu sorte, galo cinza (hehe).
Parabéns a todos os integrantes, que levam e cultivam nossa tradição por todos os cantos dessa pátria!
E VIVA O RIO GRANDE!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A bainha campeira do "Buiú"

Quando digo que o serviço anda dobrado (graças a Deus) não é brincadeira, se não fosse a patroa a me dar uma mão nas costuras... andamos varando as noites, fazendo várias peças de uma vez só!
Essa bainha foi uma encomenda do amigo "Buiú", durante uma janta ( um arroz com "galinha de sítio", daquelas cevadas a milho) lá no rancho dele.
Me pediu uma bainha que servisse pras lidas, de campereadas e cavalgadas, que fosse resistente e com costuras simples e difíceis de rustir.
Preparei um couro especial pra essa peça, bem sovado e em um tom que ficasse bueno em contraste com os tentos de lonca de potro (resistente, lembram?), combinando com a cor do cabo da faca.
 As costuras foram de escalera, de dois tentos de 1mm, e bem caladas para evitar que sejam rustidas na lida. A bainha foi fechada com costura 5x2.
 O acabamento da ponteira foi feito com corredores tecidos em esterilla, de tentos de potro de 0,8mm, bem ajustados e calados.
 O botão foi apresilhado à ponta por uma trança de 4 tentos, com botão de maneia.
Tá apresentada a bainha, xirú velho, espero que tenha ficado do teu gosto e sirva bem nas tuas lidas!
Forte abraço a todos.